segunda-feira, janeiro 24, 2011

58 Km de distância...

Pode parecer pouco mas acreditem que a 58 Km de distância do Porto encontra-se uma terrinha que parece que não pertence a este país...ou se calhar é esta terrinha que pertence enquanto a minha cidade é que saltou de órbita!
Roda viva...é como tem sido esta aventura...Amarante é frio e húmido...bem mais que a nossa cidade...de repente parece que temos o "fog" de Inglaterra...que é como quem diz...não se vê nada e "apagaram as luzes em Amarante".
As pessoas são feias e quando abrem a boca metem muito medo, e têm extremos muito engraçados...ou são demasiado inocentes e por vezes parece que não percebem o que lhes dizemos....ou são espertas demais e sabem levar-nos e mentir-nos com uma perna às costas...
Mas as crianças...essas sim caíram neste país de forma abrupta...sempre que penso nelas lembro-me de uma só música...diz tudo mas mesmo tudo o que há para dizer dos meus meninos...a minha única razão em Amarante:


Não há estrelas no céu a dourar o meu caminho,
Por mais amigos que tenha sinto-me sempre sozinho.
(....)
A primavera da vida é bonita de viver,
Tão depressa o sol brilha como a seguir está a chover.
Para mim hoje é Janeiro, está um frio de rachar,
Parece que o mundo inteiro se uniu pr'a me tramar!

Passo horas no café, sem saber para onde ir,
Tudo à volta é tão feio, só me apetece fugir.
Vejo-me à noite ao espelho, o corpo sempre a mudar,
De manhã ouço o conselho que o velho tem pr'a me dar. 
(....)
Vou por aí às escondidas, a espreitar às janelas,
Perdido nas avenidas e achado nas vielas.
Mãe, o meu primeiro amor foi um trapézio sem rede,
Sai da frente por favor, estou entre a espada e a parede.

Não vês como isto é duro, ser jovem não é um posto,
Ter de encarar o futuro com borbulhas no rosto.
Porque é que tudo é incerto, não pode ser sempre assim,
Se não fosse o Rock and Roll, o que seria de mim?"
 
Rui Veloso - Não há estrelas no céu
 
p.s. - vemo-nos daqui a uma semana...