segunda-feira, maio 12, 2008

E facil nao querer saber,
Ter medo e fugir
Ser uma personagem distante
E facil beijar quem pouco te mexe
O dificil e tremer
Desejar demais, arder em febre
Ter medo do que nao se conhece
De descontrolar-se, de se perder, de se esquecer
Mas seguir adiante
Gelar as maos
Suar o rosto corado de sangue
Ridiculizar-se
Palpitar o coracao
Expor-se fragil dama,
Sendo homem ou mulher,
As dolorosas boas penas
Se dar e as vezes se jogar a um desconhecido qualquer
Num gosto antidoto, intenso
Gostar do atrevimento e do profundo irrompendo
Fazendo-se viver realmente em dobro
Perceber o que nao se fazia perceber
E um sisco o provisorio demais
Nao ser radical e inteiro ao que pode o bem
O bom mesmo e viver a generosidade da entrega
Responder ao aperfeicoamento que nao havia ainda
A soma do que comeca e do que finda
A vida e a morte quando se beija
As vezes coragem e ficar de frente
Tremer e nao correr perante o gigante
Se sentir inocente
Sonhar numa plenitude como se tivesse chegado a eternidade
E de nada mais importar-se
Falar palavras tontas numa diccao solene
Sentir o coracao rebelde chocalhando,
Chamando,
Querendo,
Pedindo,
Independentemente
E entao nao resistir a fome que a alma e o corpo temem
Se ver na letra que a musica grita,
Que antes,
Careta,
Nao se suportava
Num susto se percebe docemente que agora existe um unico sentido
Uma resposta em nenhuma pergunta
Tudo se torna dele
Das intensidades do amor que vao da angustia a felicidade
E talvez a unica arte que a arte transmita ao homem na sua total integridade

(Vanessa da Mata)